Lembro-me de renovar três vezes o meu BI em Oeiras. Chegava, tirava senha, chamavam-me logo, ora borra lá o dedinho, está feito, passado dez minutinhos já estava outra vez no carro. Sempre, das três vezes.
Isto, claro, antes do Simplex...
Uns dias antes do Natal tentei ir renovar o BI que, acaso dos acasos, até já tinha caducado há mais de um mês. Quando chego a Oeiras, pouco antes do meio-dia, descubro que:
- já não há BI's para ninguém. Somos modernos, temos Magalhães e Cartões do Cidadão;
- a máquina que tem como função dar senhas não interessa mesmo nada porque as senhas são dadas ao balcão (aqui eu devia ter começado a desconfiar...);
- são distribuídas TRINTA E CINCO SENHAS PARA TODO O DIA;
- ainda havia senha (para aí o nº31);
- quando tive a ousadia de pedir uma estimativa de tempo de espera disseram-me que era impossível prever mas que cada cartão demorava cerca de 15 min, ia para aí no número 18 e os casos prioritários que aparecessem passariam sempre à frente. Pelas minhas contas na altura era brincadeira para esperar pelo menos umas três horas. E eu desejei boas festas e vim-me embora, sem identidade.
Na minha santa inocência pensei que se calhar já havia muita gente de férias de Natal, e decidi voltar hoje mais cedinho...
Eis senão quando chego ao local do crime hoje, antes das dez da manhã para descobrir que... já não havia senhas! Em menos de uma hora foram-se! Já nem desejei boas festas e vim-me embora, again, sem identidade.
Chegada a casa vim para a net tentar entender como é que num mundo Simplex eu conseguia resolver este meu problema de identidade... Descubro, fascinada, que é possível fazer um agendamento do pedido do cartão do cidadão. Isto significa que nas agendas dos Srs eles já sabem que no dia x, à hora y, euzinha da silva vou chegar e dizer que quero ter um cartão de cidadão. Lá descobri o telefone, liguei e estou agendada para... o fim de fevereiro!
Simplex?
