Balanço de quase dois meses de reclusão...

...ou de hibernação, porque mais de metade do tempo foi passado a dormir!!

Foi muito mais difícil do que estava à espera. Se é verdade que, especialmente no início, mal me apetecia mexer com medo que alguma coisa corresse mal, também é verdade que a saturação chegou depressa. Ao fim de um mês já estava para lá de farta.

A época não terá ajudado: fazer 35 anos em casa não é bem, bem o meu estilo, não ser eu a fazer as compras de Natal também não. Mas não vejo que haja uma época em que apeteça. A partir de dada altura mesmo as coisas que poderia fazer já não tinha disposição para fazer.

Junte-se a tudo isto o facto de ter todo o tempo do mundo para pensar e querer desesperadamente não pensar no mais óbvio: que estou grávida. E isto inclui o não me entusiasmar antes de tempo bem como o não pensar em tudo o que pode correr mal e em como eu não estou pronta para que algo possa voltar a correr mal!

Claro que foi pelo melhor dos motivos e que se as minhas pestes na escola me moerem (muito) a cabeça venho outra vez para casa e não se pensa mais nisso. Mas estou feliz por já não estar de reclusão e tenho esperança de não ter que voltar a estar!!!

Ecografia das 12 semanas

Está tudo bem! Isto significa que as medidas importantes estão boas e confiamos o suficiente nesta médica XPTO para saltarmos o rastreio bioquímico e a amniocentese, com todos os riscos que daí podiam vir.

Temos um blastocisto (ou uma blasto) lindo e que não pára quieto. Achamos que a médica pensa que é uma muchacha mas que não se quer comprometer tão cedo. Isto porque quando foi do Vasco, e com outras pessoas que conhecemos que fizeram ecos com ela, na eco das 12 semanas ela nem falou do assunto e desta vez, depois de eu ter comentado que ao contrário de toda a gente ando a falar muito no masculino, a Dra. foi espreitar para a dita cuja zona e disse que não acreditava muito numa pilinha. A verdade é que quanto a esse tema, não estou nem aí!!

Começo a acreditar...

Uma semana depois...

... e consegui pôr tudo em ordem na escola para vir para casa, pelo menos até às 12 semanas.

Não vai ser fácil para mim que sou tão fã do verbo ir! Acho que o Vasco vai ficar triste porque não o vou poder ir buscar à escola nem ir passear com ele. E só de pensar que não vou poder fazer as compras de Natal apetece-me trepar pelas paredes... Mas tudo o que eu desejo é que seja mesmo assim. É sinal de que as coisas estão a correr bem e eu PRECISO DESESPERADAMENTE que as coisas corram bem!!

Mais um bicho a caminho!

Muitos de vocês sabem que andávamos há uns tempos a tentar arranjar um bicho(a) para que o Vasco não fosse filho único. Para nós não se trata de uma tarefa fácil, apesar de acharmos que compreendemos o conceito básico envolvido quer na sua componente teórica quer prática! Mas a Natureza tem destas esquisitices.

Hoje soubemos que se tudo correr bem temos um bicho a caminho. E se este primeiro dia for significativo, desde já confirmo que o segundo vai ser mais complicado que o primeiro!! Ora vejam:

- Consulta mais ou menos de rotina marcada já há uns tempos que calha coincidir com o que poderia ser um atraso (com os meus ciclos tudo abaixo dos 45 dias não tem que ser um atraso...);
- A médica manda-me ir fazer xixi para me fazer uma ecografia;
- Na ecografia vê o que julga ser um saco gestacional mas a ser está tão no início que não há grandes certezas. Na dúvida manda-me fazer xixi again para fazermos um teste;
- Apenas 5 minutos depois o pouco xixi que consegui fazer tinha um ar de água límpida!
- a médica começa a fazer o teste dizendo que acha que eu estou grávida e que se o teste não der nada é porque a urina está diluída;
- O teste não dá nada e a médica manda-me fazer análises de sangue para tirar as teimas;
- Quando estávamos à espera para pagar a consulta, sai a médica disparada do consultório a dizer que o teste estava a virar positivo. De qualquer forma queria que eu fizesse a análise de sangue e lhe ligasse quando soubesse os resultados;
- Saímos do consultório meio em choque, vamos a correr para o laboratório, e algures pelo caminho eu tornei-me uma não fumadora à força;
- Faço o teste e vou a voar para a escola onde me espera uma interminável tarde de reuniões. O Nuno irá buscar os resultados e manda-me uma msg;
- Na reunião da minha turma, enquanto uma Encarregada de Educação disserta sobre a importância da bíblia na sua vida, assunto que de todo não constava da ordem de trabalhos, recebo a msg que dizia "o teste deu negativo :(". Só me apetecia fugir dali a correr!!
- No fim da reunião fumei dois cigarros para compensar o que não tinha fumado durante a tarde! E lá vou eu para a reunião e daí para casa, com cara de enterro, e a desforrar-me nos cigarros;
- Chegada a casa, vejo que tenho uma chamada não atendida no telemóvel, de um número que não conheço mas que geograficamente coincide com o laboratório. Telefono e descubro que é mesmo do laboratório. Medo? Esperança? Explico que me ligaram, ao fim de algum tempo lá aparece alguém que sabe o que se passou. As análises que o Nuno levantou são antigas. Nós tínhamos ido buscá-las na altura, mas o computador imprimiu outras que foram parar à recepção. Felizmente, a Sra. da recepção apercebeu-se que pouco tempo depois chegaram outras análises com o memo nome e ligou a avisar. Depois de muito sofrimento consegui que me dissessem os resultados ao telefone que, finalmente, confirmaram que estou grávida!!!
- Volto à desejada, mas sofrida, condição de não fumadora!

Normais, nós? Não sabemos como é que isso se faz!!